quarta-feira, 19 de setembro de 2007

New Model Army

Tal como o nome pode sugerir, os New Model Army (designação do exército dada por Oliver Cromwell durante a guerra civil em Inglaterra no século XVII, que optara por escolher os seus homens em função das suas aptidões em detrimento da sua classe social) vingaram na cena musical muito devido ao seu empenho na luta pelas causas da classe operária ou pela furiosa oposição ao regime de Margaret Thatcher. Fundados em 1980 na cidade de Bradford (Inglaterra) por Justin Sullivan, Stuart Morrow e Robb Heaton, os NMA foram durante algum tempo vistos como apenas um grupo de dissidentes que usava os cânticos dos hooligans para fazer passar a sua mensagem. Apenas o passar do tempo lhes permitiu serem vistos mais como activistas políticos do que como agitadores sem consciência social. Deste forte interesse pela luta política surgiram alguma dificuldades no que diz respeito às digressões da banda, como se pode comprovar, por exemplo, com o actual cancelamento da digressão americana.

O primeiro lançamento da banda, Bittersweet, aconteceu numa editora sem grande representação no mercado, a Quiet. Data também desta altura o início da parceria dos NMA com Joolz Denby, que viria a ser a companheira de vida de Sullivan. Denby participou nos trabalhos da banda através dos simples backvocals ou inclusivamente sendo ela mesmo a manager. Esta posição acabou por revelar-se demasiado absorvente e Denby acabou por participar apenas em algum trabalho de design nos álbuns da banda. A seguinte edição da banda, Vengeance, revelou um público já atento ao trabalho dos NMA e cativado especialmente pela sua atitude politicamente activa. Canções como No Man's Land ou Spirit of The Falklands conquistaram a atenção do público mais activista e da EMI, com quem viriam posteriormente a assinar um contrato.

A passagem da banda para uma editora multi-nacional poderia implicar que a mensagem corrosiva e crítica fosse suavizada mas isso não aconteceu com os NMA. O facto de assinarem por uma editora da dimensão da EMI só os tornou mais consciente da agitação de massas que poderiam provocar e da possibilidade de levarem a sua mensagem a um maior número de pessoas. O seu single No Rest/Heroin, incluído no álbum No Rest For The Wicked, entrou directamente para o Top 30 do Reino Unido mas não impediu que a banda fosse impedida de entrar nos Estados Unidos, sob a justificação de insuficiente qualidade artística. Stuart Morrow deixou a banda em 1985, tendo sido substituído por Jason Harris, que contribuiu para o desenrolar da história da banda em território punk na última metade dos anos 80, com álbuns como The Ghost Of Cain ou Thunder And Consolation.

Seguindo as tendências da época, marcadamente inclinadas para uma maior preocupação ambiental e menor expressão política, os NMA deixaram também a linguagem predominantemente punk para assumirem uma postura mais associada à música folk. O álbum de 1994, The Love Of Hopeless Causes, já lançado pela Epic, não deixou de causar (ainda) alguma polémica devido ao seu single Here Comes The War, em que os NMA deixam instruções sobre como construir uma bomba nuclear. Após um período de afastamento, a banda voltou ao activo em 1998 com Strange Brotherhood, trabalho lançado de forma independente e dominado por arranjos de cordas atmosféricos e envolventes. A banda continuou a editar desde então, apesar da morte de Robb Heaton. Têm um novo álbum nas lojas, High, editado este ano e que motivou a marcação de uma enorme digressão pela Europa e pelos Estados Unidos, sendo que a digressão neste último país se encontra neste momento cancelada devido à impossibilidade da banda conseguir um visto de entrada. Os New Model Army sobreviveram mas, vinte e sete anos depois, as dificuldades continuam a surgir. Talvez seja esse o segredo da sua longevidade: a recusa em desistir.


segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Stina Nordenstam


Se Stina Nordenstam tivesse iniciado a sua carreira nos anos que agora correm, não seria estranho compreender o sucesso alcançado pela sueca. A música feita na Suécia ganha lentamente o direito a ter a sua própria cena e já existe uma espécie de escola de onde derivam grande parte dos seus artistas. É tudo da responsabilidade, como muitos especulam, da diminuta quantidade de horas de Sol e da necessidade de preencher esses tempos mortos, o que origina crescentes ondas de criatividade.

Nascida em 1969, Stina Nordenstam iniciou o seu percurso musical na adolescência, em grande parte influenciada pelo jazz clássico de John Coltrane ou Erik Satie e pelo naufrágio do casamento dos seus pais, que emprestou às suas composições o inicial tom melancólico e introspectivo. Apenas alguns momentos faziam antever a sua ligação a um rock mais alternativo, especialmente porque a cantora terminou a escola dominando o piano, o violino e a guitarra na perfeição. O seu primeiro álbum, Memories Of A Colour, mereceu a atenção de nomes como o de Ingmar Bergman (agora falecido). Este mesmo trabalho deu-lhe a oportunidade de actuar perante a família real sueca e os membros do parlamento, apesar da sua manifesta inclinação depressiva.

A gravação deste primeiro trabalho de longa duração deixou a cantora perto do esgotamento emocional, tendo, no entanto, despertado a atenção da editora 4AD, com a qual ainda viria a assinar um contrato. Stina foi frequentemente comparada a cantoras como Joni Mitchell ou Tori Amos e o seu trabalho foi admirado por bandas como os Red House Painters ou This Mortal Coil. Grande parte do fascínio provém da sua voz, muitas vezes demasiado delicada, soando na maior parte das canções como a voz de uma criança. Só três anos depois de Memories... apresentou o seu segundo álbum, And She Closed Her Eyes. Também este lançamento contribuiu para conseguir colaborações com nomes já firmados na cena musical como Vangelis, que a convidou para participar no seu single Ask The Moutains.

A sua fragilidade e delicadeza dos seus poemas mantiveram-se ao longo de todos os álbuns que editou. O seu terceiro álbum, Dynamite, trouxe apenas uma mudança: os temas deixaram de ser tão obscuros ou auto-reflexivos e passaram a focar-se mais contemplação do mundo exterior e no exorcismo dos fantasmas interiores através desta viragem. O álbum que se lhe seguiu, People Are Strange, teve como base uma série de canções de outros artistas (como Prince, Leonard Cohen ou The Doors), que Stina reinterpretou e às quais emprestou uma abordagem mais minimalista, mais despojada de artifícios. O penúltimo álbum que lançou até à data, This is Stina Nordenstam, mostrou uma cantora à procura de um terreno mais consensual, mais próximo do público, mantendo a fórmula naïve com que interpreta todos os seus temas. Lançou ainda The World Is Saved, álbum sem grande impacto na sua carreira e é aguardado o seu sucessor ainda este ano, de acordo com o site da cantora. A reacção à música de Stina nunca esteve perto de ser consensual, já que a especificidade da sua voz consegue gerar as paixões mais cegas e os ódios mais obstinados. Talvez seja o seu lado elfo a fazer das suas: afinal, Stina parece vir de um outro lugar.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Daniel Johnston

Daniel Johnston é um admirável caso de um artista que, constantemente desafiado por imprevisíveis períodos de debilidade provocados por uma doença mental crónica, conseguiu construir uma carreira musical sólida e inspiradora. Presumivelmente auto-didacta, Daniel Johnston nasceu em Sacramento, na Califórnia e editou os seus primeiros temas através da Stress, uma editora por ele mesmo criada. Estes primeiros temas, lançados logo no início dos anos 80, foram compilados sobre o título (auto-explicativo) Songs Of Pain. Não podendo ser considerado um génio no campo musical, Johnston conquistou os seus primeiros fãs não só através da forma amadora e apaixonada como tocava a sua guitarra mas principalmente pela simplicidade das suas letras, focando a sua atenção nas pequenas vitórias do seu quotidiano e na sua peculiar forma de percepcionar o Mundo.

A saída da obscuridade deu-se quando a MTV gravou em Austin, para onde Johnston se tinha recentemente mudado, um programa sobre a (ainda hoje) empolgante cena musical da cidade. Passou, nesta altura, de um improvável artista underground a uma lendária figura de culto americana. É nesta altura (1989) que, sob a chancela da Homestead, é editado Yip Jump Music, em que Johnston presta a sua sincera homenagem aos Beatles e de onde sai um dos seus maiores êxitos, Casper The Friendly Ghost (inspirado na personagem de banda desenhada com o mesmo nome). Por esta altura, o cantor tinha já sobrevivido a duas hospitalizações, o que não significou qualquer abrandamento da sua veia criativa. Neste mesmo período, Daniel Johnston assinou um dos momentos mais marcantes da sua carreira, com uma versão a capella do seu tema Speeding Motorcycle através do telefone numa das míticas Peel sessions, na BBC 1. Esta mesma actuação conquistou a atenção de editoras multinacionais e foi desta forma que assinou pela Atlantic, lançando o muito aclamado Fun, em 1994.

No entanto, esta relação com a Atlantic revelou-se de curta duração. Depois de ter trabalho com um dos membros dos Butthole Surfers, o sucesso de Johnston aumentou exponencialmente. A confiança no êxito do seu trabalho determinou também um alargamento na base de fãs e granjeou-lhe rasgados elogios da crítica mas, inesperadamente, a ligação à Atlantic foi quebrada. Daqui resultou que Daniel Johnston se viu a braços com longos períodos de depressão (que se estenderam por alguns anos), lutando (muitas vezes a custo) contra o alheamento que lhe tolhia as capacidades criativas e, ainda assim, escrevendo novos temas. Este foram posteriormente editados em Rejected Unknown (2001), título que se supõe ser uma dura crítica à indústria musical que se recusava a integrá-lo. Apesar de se debater com profundas crises de auto-estima e assimilação da realidade, o estilo de Johnston nunca passou pelo cinismo ou pela auto-comiseração. A sua ingenuidade imprimiu a toda a sua obra um carácter de autenticidade que nunca teria emergido, caso o cantor tivesse sido absorvido pela ávida e cruel indústria do mainstream. A sua figura e o mito criado à sua volta renasceram com o filme The Devil and Daniel Johnston, de Jeff Feuerzeig, apresentado no festival de Sundance em 2005. Mas nem esta recente exposição mediática conseguiu devolver o génio de Daniel Johnston ao público que ele merece e ainda hoje ele permanece uma figura fascinante no imaginário de apenas alguns.



quinta-feira, 21 de junho de 2007

Gang Of Four


Os Gang of Four foram formados em 1977 por um grupo de estudantes, entre eles Andy Gill, Jon King, Dave Allen e Hugo Burnham. O grupo, sediado em Leeds, é fruto da explosão de liberdade que foi trazida pelo punk e por uma corrente que aliava à música uma intensa mensagem política. Esta postura rebelde valeu à banda um sucesso retardado, especialmente devido ao facto de a BBC ter banido os seus temas no início da sua carreira e tudo porque a banda tinha usado a palavra rubbers (preservativos). Mas mesmo esta reserva dos meios de comunicação mainstream não impediu que o seu EP, At Home He's A Tourist, fosse um enorme sucesso.

O primeiro álbum da banda, Entertainment, foi lançado em 1979 e entrou desde logo para o Top 50, graças em grande parte ao ritmo funk das músicas e às letras incendiárias. Os Gang of Four cantavam sobre o amor e a vida moderna numa perspectiva interventiva mas sem nunca deixar que esta faceta se sobrepusesse à sua música orgânica, crua e libertadora. Em 1981, lançaram o seu segundo álbum, intitulado Solid Gold, o último que que Dave Allen participou. A sua saída para a formação dos Shriekback teve como consequência o ingresso de Sara Lee na banda, que o veio substituir. Esta presença feminina veio tornar o som dos Gang of Four num som mais convencional mas músicas como Call me Up (que abordava a questão da guerra nas Falklands) ou I Love A Man In Uniform (também impedida de passar na BBC) mostravam que a banda não tinha abandonado definitivamente a sua vontade de intervir.

A saída de outro membro da banda, desta vez Hugo Burham, antecede o lançamento do terceiro trabalho da banda, Hard, lançado em 1983. Desta vez, os Gang of Four fizeram-se rodear de profissionais de estúdio e algumas cantoras para os coros, abandonando a sonoridade mais punk e abraçando mais definitivamente o funk como corpo da banda. O afastamento em relação à sua sonoridade inicial veio ditar consequentes diminuições no retorno comercial do projecto - a banda acabou por separar-se em 1984. Ao último álbum, At The Palace, seguiu-se também a partida de Andy Gill para os Estados Unidos da América, tendo, a partir daí concentrado a sua actividade profissional no trabalho de produção. Algumas tentativas de reaproximação e de reunião da banda aconteceram ao longo dos anos mas sempre sem grande consequências nas vendas ou na atenção dispensada à banda sendo que no ano de 2006 as suas datas ao vivo passaram pelo festival Paredes de Coura, em Portugal.



sábado, 2 de junho de 2007

Jeff Buckley

A história de Jeff Buckley escreve-se numa quantidade de linhas inversamente proporcionais ao seu talento. Nascido em Orange County, na Califórnia, trazia já consigo o estigma de ser filho de Tim Buckley, um pai ausente que negligenciava a família em prol de uma vida de excessos. Toda a família de Jeff teve um papel importante no seu desenvolvimento como músico: a mãe era pianista e violoncelista clássica, o padrasto despertou a sua curiosidade para bandas como Led Zeppelin, The Who ou Pink Floyd. Aos doze anos foi-lhe oferecida uma guitarra e Jeff decidiu que seria músico, chegando mesmo a tocar na banda jazz da sua escola secundária.

Durante muito tempo limitou a sua actividade à parte instrumental, usando a voz apenas para coros. Viu-se envolvido em projectos de variados estilos - jazz, funk e até mesmo dancehall. Dos primeiros trabalhos de Buckley fazem parte uma cassete com cinco temas (alguns dos quais mais tarde lançados com Grace, como Eternal Life e Last Goodbye) com o título Babylon Dungeon Sessions ou a sua primeira actuação (vocal) em público num tributo a Tim Buckley, ambos sob a alçada do antigo agente deste, Herb Cohen. Em 1991, Jeff mudou-se para Nova Iorque, depois de estar instalado com Herb Cohen em Los Angeles.

Jeff Buckley encontrou o(s) seu(s) espaço(s) em Nova Iorque. Tocava em pequenos clubes, bares e cafés, sendo que a maior parte do seu reportório era feita de covers de nomes tão diferentes como The Smiths, Bob Dylan, Elton John ou Édith Piaf. Actuava sozinho, acompanhado da sua Fender Telecaster e foi na sala do Sin-é que actuou mais vezes, o que significou um aumento considerável do interesse do público e da indústria musical devido à intensidade de cada espectáculo. No Verão de 1993, juntamente com Mick Grondhal e Matt Johnson, Jeff Buckley inicia as gravações daquele que viria a ser o único sucesso que teria em vida.

Em 1994 é finalmente lançado Grace, já contando também com a presença de Michael Tighe na guitarra. Juntamente com sete canções originais, estavam também incluídas neste trabalho três versões, a saber: Lilac Wine de Nina Simone, Corpus Christi Carol de Benjamin Britten e Hallelujah de Leonard Cohen, todas muito aclamadas devido ao cunho pessoal que Jeff investiu em cada uma delas. O álbum atingiu os dois milhões de cópias vendidas, merecendo especial destaque em países como a Austrália e a França e sendo muito elogiado pela imprensa musical, chegando mesmo a ser descrito como 'impossivelmente belo'.

Em 1997, depois de fazer uma tour para apresentar o seu primeiro trabalho, Jeff mudou-se para Memphis, dando início às gravações daquele que viria a ser Sketches For My Sweetheart, The Drunk. Começou por gravar alguns temas num gravador de 4 pistas numa casa que tinha alugado para o efeito, tendo ainda recrutado uma banda para iniciar o trabalho de estúdio. No dia 29 de Maio do mesmo ano, o músico decide mergulhar nas águas do rio Wolf, um afluente do Mississippi para não mais regressar. Atirou-se com toda a sua roupa, calçado, ao som de Whole Lotta Love dos Led Zeppelin e apenas foi encontrado uma semana depois. Nunca ficou esclarecido se esta teria sido uma tentativa de suicídio ou um infeliz acidente. Depois da sua morte foram já lançados alguns álbuns póstumos, entre os quais o inacabado Sketches... e a gravação ao vivo de Mistery White Boy. Esta semana saiu um novo registo com o nome So real, que inclui alguns singles e canções não editadas como Forget Her e versões ao vivo de Mojo Pin ou So Real.


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Penetration


Os Penetration nasceram pela mão de Pauline Murray e Robert Blamire que, juntamente com Gary Chapman e Gary Smallman, viviam na pequena e pacata vila mineira inglesa de Ferrybridge. Antes de Don't Dictate, o primeiro single da banda a conseguir algum sucesso, os Penetration tinham já conseguido uma actuação como banda de suporte dos Generation X no londrino The Roxy, conhecido por ser uma sala onde tocavam preferencialmente as bandas punk mais quentes do momento. O single revelava uma banda disposta a arriscar, fazendo uso de uma sonoridade mais crua, menos trabalhada do que outras bandas do mesmo período. A personalidade impulsiva e o potencial da voz de Pauline Murray levaram a que a cantora fosse de imediato comparada a Patti Smith ou a Siouxie Sioux, apesar de não ter conquistado a mesma visibilidade que essas duas divas do rock.

O lançamento em 1978 do primeiro LP, Moving Targets, fazia adivinhar uma carreira longa no espectro mais agressivo e reivindicativo da música que se fazia então. O álbum provocou uma reacção positiva, ainda que algo despercebida, na imprensa e no público, nomeadamente devido ao seu carácter interventivo e de consciência social. No entanto, e apesar desta aparente escalada na consideração da opinião pública, a banda começou desde logo a sentir algumas dificuldades em manter-se como tal. As constantes pressões da editora (a Virgin), bem como uma incapacidade em conjugar as apresentações ao vivo com a escrita de material novo fizeram com que a banda se separasse logo depois da edição do seu segundo álbum, Coming Up For Air.

Da separação da banda resultaram algumas tentativas individuais de singrar no mundo da música. Enquanto Fred Purser (o teclista que se tinha juntado à banda em 1978) retomou a sua actividade no seio dos Tygers Of Pan Tang, Pauline Murray iniciou uma carreira a solo, tornando-se no membro da banda a manter-se durante mais tempo no activo. Com o projecto Pauline Murray And The Invisible Girls, Murray arrisca uma aventura mais concentrada na música pop, com alguns laivos de experimentalismo mas já definitivamente afastada da sonoridade punk com que se tinha iniciado na música. Pauline Murray tornou-se assim numa das mais sub-aproveitadas mas conhecidas vocalistas de bandas punk.



segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mogwai

Formados em 1995 por Stuart Braithwaite, Martin Bulloch e Dominic Atchinson, os Mogwai há muito que se tornaram num caso sério da música que se faz no Reino Unido. Oriunda de Glasgow, a banda viu a sua formação completa com a entrada de John Cummings e Brendon O'Hare ainda no Verão de 97. O nome da banda refere-se a uma personagem do filme Gremlins mas, tal como comenta Stuart Brathwaite, não tem nenhum significado especial: os membros da banda gostaram apenas do som da palavra.

O primeiro álbum da banda, Mogwai Young Team, foi lançado no ano de 1997 mas foi ainda precedido pelo lançamento de alguns singles de grande sucesso, como foi o caso de Tuner/Lower, Summer ou New Paths To Helicon. Para aguçar ainda mais o interesse do público, os Mogwai deram um concerto memorável no festival T In The Park, actuação em que deram a conhecer o som etéreo e violentamente melancólico que é a sua imagem de marca. O futuro viria a revelar que os concertos da banda resultam bastante melhor em ambientes fechados, onde a potência que investem nas suas músicas não se dispersa e onde a melancolia surte mais efeito.

O ano de 1998 revela-se também um ano muito fértil em lançamentos. A banda lança primeiro Do The Rock Boogaloo (um split EP com os Magoo, em que tocam covers do Black Sabath), depois segue-se o álbum de remisturas Kicking A Dead Pig: Mogwai Songs Remixed ( com as participações dos Arab Strap, Kid Loco ou Alec Empire, entre outros) e editam também uma colecção de singles mais antigos, intitulada Ten Rapid. A este período prolífico segue-se a edição do segundo longa duração da banda, Come On Die Young, trabalho de audição menos simples, muito devido à ausência dos crescendos sónicos a que a banda tinha vindo a habituar o público. O estilo dos Mogwai tornou-se mais polido e mais suave, o que beneficiou a banda que entrou directamente para o Top 30 nesse mesmo ano.

O ano de 2001 foi definitivamente um ano de sucesso para os Mogwai. Através da sua própria editora, a Southpaw, lançaram um dos seus mais bem sucedidos álbuns, Rock Action. Temas como 2 Rights Make One Wrong ou Dial:Revenge demonstram a opção da banda por avançar por terrenos mais experimentais, trazendo grandiosidade com os seus efeitos orquestrais e retomando a utilização das guitarras musculadas mas melódicas. O último álbum da banda, Mr. Beast, foi lançado em 2006 e mostra uns Mogwai mais reflectivos, uma banda virada para si mesma, como que em busca de compreender que som é este que faz e em que direcção caminham a melancolia das guitarras.