sábado, 2 de junho de 2007

Jeff Buckley

A história de Jeff Buckley escreve-se numa quantidade de linhas inversamente proporcionais ao seu talento. Nascido em Orange County, na Califórnia, trazia já consigo o estigma de ser filho de Tim Buckley, um pai ausente que negligenciava a família em prol de uma vida de excessos. Toda a família de Jeff teve um papel importante no seu desenvolvimento como músico: a mãe era pianista e violoncelista clássica, o padrasto despertou a sua curiosidade para bandas como Led Zeppelin, The Who ou Pink Floyd. Aos doze anos foi-lhe oferecida uma guitarra e Jeff decidiu que seria músico, chegando mesmo a tocar na banda jazz da sua escola secundária.

Durante muito tempo limitou a sua actividade à parte instrumental, usando a voz apenas para coros. Viu-se envolvido em projectos de variados estilos - jazz, funk e até mesmo dancehall. Dos primeiros trabalhos de Buckley fazem parte uma cassete com cinco temas (alguns dos quais mais tarde lançados com Grace, como Eternal Life e Last Goodbye) com o título Babylon Dungeon Sessions ou a sua primeira actuação (vocal) em público num tributo a Tim Buckley, ambos sob a alçada do antigo agente deste, Herb Cohen. Em 1991, Jeff mudou-se para Nova Iorque, depois de estar instalado com Herb Cohen em Los Angeles.

Jeff Buckley encontrou o(s) seu(s) espaço(s) em Nova Iorque. Tocava em pequenos clubes, bares e cafés, sendo que a maior parte do seu reportório era feita de covers de nomes tão diferentes como The Smiths, Bob Dylan, Elton John ou Édith Piaf. Actuava sozinho, acompanhado da sua Fender Telecaster e foi na sala do Sin-é que actuou mais vezes, o que significou um aumento considerável do interesse do público e da indústria musical devido à intensidade de cada espectáculo. No Verão de 1993, juntamente com Mick Grondhal e Matt Johnson, Jeff Buckley inicia as gravações daquele que viria a ser o único sucesso que teria em vida.

Em 1994 é finalmente lançado Grace, já contando também com a presença de Michael Tighe na guitarra. Juntamente com sete canções originais, estavam também incluídas neste trabalho três versões, a saber: Lilac Wine de Nina Simone, Corpus Christi Carol de Benjamin Britten e Hallelujah de Leonard Cohen, todas muito aclamadas devido ao cunho pessoal que Jeff investiu em cada uma delas. O álbum atingiu os dois milhões de cópias vendidas, merecendo especial destaque em países como a Austrália e a França e sendo muito elogiado pela imprensa musical, chegando mesmo a ser descrito como 'impossivelmente belo'.

Em 1997, depois de fazer uma tour para apresentar o seu primeiro trabalho, Jeff mudou-se para Memphis, dando início às gravações daquele que viria a ser Sketches For My Sweetheart, The Drunk. Começou por gravar alguns temas num gravador de 4 pistas numa casa que tinha alugado para o efeito, tendo ainda recrutado uma banda para iniciar o trabalho de estúdio. No dia 29 de Maio do mesmo ano, o músico decide mergulhar nas águas do rio Wolf, um afluente do Mississippi para não mais regressar. Atirou-se com toda a sua roupa, calçado, ao som de Whole Lotta Love dos Led Zeppelin e apenas foi encontrado uma semana depois. Nunca ficou esclarecido se esta teria sido uma tentativa de suicídio ou um infeliz acidente. Depois da sua morte foram já lançados alguns álbuns póstumos, entre os quais o inacabado Sketches... e a gravação ao vivo de Mistery White Boy. Esta semana saiu um novo registo com o nome So real, que inclui alguns singles e canções não editadas como Forget Her e versões ao vivo de Mojo Pin ou So Real.


1 comentário:

Daniel disse...

Um verdadeiro génio musical. Só não ficou por cá mais tempo porque a sua genialidade era tanta que nem toda a terra o podia impedir de depressa subir ao céu das ideias puras.

Greetings,
Daniel